terça-feira, junho 26, 2012

59....

Amanhã há mais....

anyakub. my moleskine
In: My Moleskine group by anyakub

Lá vamos nós reunir outra vez a ver se conseguimos fazer uma segunda redistribuição que faça com que as horas cheguem para não se mandar ninguém embora....

Embora eu já tenha feito esse trabalho e visto que é possível, se o grupo assim o quiser, se a escola assim o quiser, não tenho a mínima ilusão de que vamos sair de lá tal qual entrámos.

O meu problema é apenas conhecer o sistema e saber que quando for obrigada a concorrer a DACL, ainda não foi a distribuição da rede e, portanto, todos os outros cursos não chegaram ainda às escolas. Isso vai fazer com que eu vá para depois do Sol posto, e fique com ensino nocturno e, aqui onde eu estou a deixar um lugarzito mesmo à maneira, ficará alguém que provavelmente estará mais de 1000 lugares atrás de mim e que não ficaria colocado se as coisas funcionassem pelas prioridades como tanto ouvimos apregoar....

Gostava de perceber o que os senhores dos sindicatos fazem para corrigir estas barbaridades do sistema que teimam em perpetuar a trafulhice....

sexta-feira, junho 22, 2012

Como é possível?....

Lápis de cor....


Com a mesma alteração de legislação para todos os grupos, como é possível que na Geografia, o lugar que estava preso por um fio o ano passado, se mantenha preso por um fio, neste e, no meu grupo, onde nenhum estava em perigo, se percam quase dois professores?

O que é que está aqui mal? Serei eu? Não, com certeza absoluta não sou eu! Eu consigo fazer a distribuição mantendo também todos os professores no meu grupo. Mas o que é que isso interessa quando se verifica que, como grupo, apenas conseguimos projectar para a reunião seguinte, não conseguimos nunca ver cenários mais abrangentes.... Não conseguimos reunir sem nos terem mandado, nem trazer para uma reunião alguma ideia inovadora, como fez, por exemplo, o grupo de Filosofia, que vai buscar praticamente um horário com a proposta de uma nova disciplina para substituir, nada mais, nada menos do que a Formação Cívica, que agora desapareceu. Então, olha, pôrra, caguei! Afinal de contas, a única DACL aqui sou eu, fodam-se os outros e comecem a pensar no que se lhes vai suceder já no próximo ano, porque aí sim, em ano de concurso, as baixas hão-de ser muito maiores do que o que aqui se está a ver....

quinta-feira, junho 21, 2012

Os exames dão-me pra isto.... #2

Os exames dão-me para isto.... #2

Se ansiedade matasse....

.... eu já tinha caído para o lado, porque o raio da sexta-feira de manhã nunca mais chega, para eu saber com que linhas é que me cozo para o próximo ano....

A reunião era para ter sido ontem, mas algumas vozes sugeriram que se mudasse para o fim da semana, porque era dia de exames e tal e de reuniões e tal e ficávamos muito cansados e tal.... Vê-se mesmo que não estão no fim da cadeia alimentar....

Bué da estúpido!....

quarta-feira, junho 20, 2012

Os exames dão-me pra isto - #1....

Naquele dia, o Custódio deveria estar feliz. Afinal ia finalmente fazer o seu exame de português e tinha-lhe sido atribuída uma sala onde ele era o único rapaz, no meio de quinze belas jovens. No entanto, depois da chamada inicial, o Custódio verificou que ficaram vazias duas mesas. Pensou: "Oh, não, elas são treze, oh, que azar. A coisa assim não me vai correr nada bem." Ouviu atentamente as instruções do professor, preencheu os cabeçalhos da folha de prova e olhou repetidas vezes para o relógio, pensando se elas iriam chegar a tempo de mudar a sua sorte. O seu estado de ansiedade foi aumentando gradualmente. Mentalmente foi-se lembrando dos nomes de cada uma das raparigas para verificar quem tinha faltado.

Lembrava-se perfeitamente de que havia uma Carlota, três Carolinas, sete Catarinas e uma Cheila, antes do tão desejado nome da rapariga que ansiava conhecer. Cília, o Custódio nunca antes tinha conhecido uma Cília. Imaginava-a alta, muito magra mas de formas perfeitas, com uns longos cabelos alaranjados e muito ondulados que balançavam enquanto ela se deslocava. Apostava que teria uns olhos esverdeados ou, quanto muito, daquele tom muito claro de castanho que, às vezes, se assemelhava a amarelo mostarda, dando-lhe um ar ainda mais exótico. Ela viria, com certeza, vestida com um par de jeans justo, com a cintura descaída, deixando avistar o movimento do umbigo a cada passo que dava. A camisa, muito colorida, curta mas bastante larga, deixava que as suas formas apenas se imaginassem, tornando-a ainda mais sensual.

O toque estridente que anunciava o início da prova trouxe-o novamente à realidade. Acabou rapidamente de preencher o cabeçalho, conferindo o código da disciplina pelo quadro e aguardou que chegasse a sua vez de receber o enunciado. Pensou, triste, que agora a Cília tinha apenas quinze minutos para chegar. A sua vida nunca mais seria a mesma se ela não chegasse a horas. Não tinha sequer pensado nessa hipótese, nem queria imaginar o que seria viver mais um dia sem conhecer a sua deusa. Olhou distraído para o enunciado, viu as suas colegas iniciarem a leitura dos textos e pensou que era melhor começar a ler também. Pelo canto do olho via a cadeira vazia da Cília. Levantou a cabeça, verificou o relógio e olhou novamente para a porta, desejando ouvir os seus passos apressados no corredor.

"Nada! Ela não chegava. O que seria que lhe tinha acontecido?", pensava de si para si. Virou a página do enunciado sem verificar quais as advertências que lá eram realçadas e leu: Grupo 1, A, o resto desfocou-se, parecia que as letras tinham ganho vida própria, iniciando uma dança ritmada que apenas lhe avivava na memória a lembrança dos cabelos ondulantes de Cília. Não conseguia deixar de pensar na Cília e em como ela traria finalmente a tão desejada mudança para a sua vida. Via-se a dirigir-se a ela no final do exame, perguntando-lhe se este lhe tinha corrido bem. Trocariam então respostas, entre sorrisos embaraçados, com os olhos cada vez mais brilhantes e, sem darem conta de como tinham feito o percurso até lá, encontrar-se-iam sentados nos muros das velhas docas, a observarem a calmaria azul do rio no meio dos imensos reflexos coloridos de todos aqueles barcos de pesca. Custódio quase que conseguia sentir o toque casual das suas mãos, que imaginava trocarem. Depois, olhariam um para o outro, certos de que o amor à primeira vista existia e fariam planos para passarem juntos os meses de férias que cada vez se avizinhavam mais próximos.

Custódio voltou à realidade quando as professoras vieram conferir o cabeçalho da sua prova pelo documento de identificação que estava em cima da mesa. Pegou na caneta, usando-a para apontar o excerto dos Lusíadas apresentado, mas com o pensamento a fugir-lhe pelo canto do olho para a cadeira que teimava em se manter vazia, sem a sua Cília. Não conseguiu passar da terceira estrofe sem levantar novamente a cabeça para observar, uma outra vez, a porta. Olhou novamente para o relógio e, com os olhos marejados em lágrimas, pensou: "Agora é que foi, ela já não vem, a professora acabou de entregar a folha das faltas para o secretariado. Nada corre bem comigo, não vou conseguir fazer o exame sem sentir o apoio da Cília. Apetecia-me morrer...."

Leu mais uns versos, aleatoriamente e parou na palavra "Destarte". Lembrou-se da sua professora de Língua Portuguesa, que lhe dera aulas até ao nono ano e que insistia em utilizá-la sempre que escrevia no quadro. Pensava sempre que ela devia ser muito velha, apesar do aspecto jovem e muito elegante em que sempre se apresentava. Destarte era uma palavra velha. Velha e feia, em desuso e muito pouco conhecida. O seu som também não era nada agradável. Lembrava-se da sua mãe que dizia qua as palavras com iis eram mais melódicas do que aquelas sem iis. Essa fora uma das razões porque o seu nome era Custódio. O pai teria preferido André ou João mas a mãe insistira de que o filho teria que ter um i no nome para conseguir levar uma vida cheia de amor e de felicidade.

Engano, puro engano. O i no nome nada mais lhe trouxe senão risos e gozos entre dentes de colegas chamados Andrés, Joões e Manuéis. Custódio, só conheciam dos avós ou daqueles tios muito velhinhos, que às vezes vinham à cidade, vindos das suas casas escondidas entre hortas com couves a grelar a um metro de altura que nunca deixavam ver a porta."


....e continua na próxima vigilância.

terça-feira, junho 19, 2012

quarta-feira, junho 13, 2012

Como é possível?....

Aviso às mentes mais puras: Hoje sai palavrão, de certeza!

... :))


Nem posso acreditar na estúpida da reunião que tive hoje! Não basta estarmos em final de ano, com os restinhos de testes e trabalhos para acabar de ver, exames de equivalência à frequência para fazer, laboratórios e sócio-afectivos para terminar de contabilizar e outras merdices afins para apresentar, que ainda nos marcam reuniões atrás de reuniões, cada uma melhor do que a outra.

A d'hoje era "extremamente importante", a modos que "inadiável, if you know what I mean".... Além dos blá blás que não nos levam a lado nenhum por causa do novo Despacho Normativo 13-A/2012 de 5 de Junho, onde apenas damos uma opinião geral que pode nem ser tida em linha de conta quando a escola tomar a decisão de optar por aulas de 45 ou de 50 minutos, tínhamos a gratificante tarefa de avaliar o Plano de Acção do Grupo.

Maravilha das maravilhas: fizemos acções de formação individuais sobre metodologias diferenciais de aprendizagem? Não?!.... Oh, pasme-se, é igual ao ano passado e ao período passado e ao outro que o antecedeu!....

Fizemos acções de formação utilizando a parceria que temos com a FCT? A Gabriela está a fazer?!.... Oh, pasme-se, é igual ao ano passado e ao período passado e ao outro que o antecedeu!....

Fizemos trabalhecos de pesquisa e investigação? E palestras disto e daquilo com pessoas convidadas? E participámos na semana das ciências experimentais? E no dia aberto? Sim, claro! Então não fazemos isso todos os anos com os alunos? Não faz parte das nossas planificações anuais, por período e por actividade como em todos os outros anos?.... Oh, pasme-se, é igual ao ano passado e ao período passado e ao outro que o antecedeu!....

Ah, e agora só falta a parte a parte do convívio.... fizemos jantarinhos e almoçarinhos e lanchinhos? Claro! Trazemos sempre uns bolinhos para as reuniões e ainda vamos marcar o nosso jantarinho, não é?!.... Oh, pasme-se, é igual ao ano passado e ao período passado e ao outro que o antecedeu!....

Então pronto, já acabou a reunião, vamos lá comer o bolinho que a G. trouxe.... (o bolo tinha muito bom aspecto e devia estar delicioso, eu não o provei porque tinha ananás e eu não sou grande apreciadora de tal iguaria).

Tudo fixe, prontos para outra, lá vamos nós, cada um com os seus afazeres, felizes e contentes por reunião tão produtiva e interessante. Fiquei deliciada com as duas horas que gastei aqui.

Mas o que me deixou mesmo chateada, quase a rebentar pelas costuras e a pontos de me levantar e dizer: "Marquem-me falta porque eu vou-me embora que não estou para aturar esta merda!" foi o simples facto da reunião começar por ligarem a internet e se porem a ver a merda do jogo de futebol no projector. Melhor ainda foi interromperem constantemente a reunião a cada grito que se ouvia da rua para ver se tinham marcado um golo! Oh, puta de vida, que mal fiz eu para merecer esta merda de futebol a entrar por tudo o que se faz? Que raio de coisa é esta que nem no trabalho podemos estar descansados e temos que levar com estes gaijos pelos cornos acima?!....

Foda-se! É isso mesmo, foda-se o caralho do futebol que eu não estou para aturar isto! Só me apetece dizer o mesmo que disse em 2004: Tomara que a selecção perca e já, para podermos continuar a viver as nossas vidinhas pacificamente....

Tomara que a selecção perca!....



domingo, junho 03, 2012

A geologia no seu laboratório natural: a Arrábida como exemplo....

#1 - Praia da Figueirinha....

Já antes aqui disse que uma acção de formação feita com o Professor José Carlos Kullberg, da FCT é uma mais valia para qualquer professor de Biologia-Geologia, sobretudo para os biólogos, uma vez que ele tem a capacidade de transformar o complexo no simples e, mostra como tudo se conjuga num modelo final, de fácil percepção por todos.

A acção que agora estou a fazer, teve um primeiro dia em sala, onde se fez o enquadramento teórico geral e se analisaram as diferentes estruturas passíveis de serem vistas, bem como os campos de forças em que se manifestam. Trouxemos um guião com a geologia geral da Arrábida e bibliografia disponível.

Ontem fomos para a praia da Figueirinha, onde observámos dobras sinsedimentares em calcários do Jméd Os estratos têm espessura variável e, apesar da vegetação que tapa os belos afloramentos existentes, conseguiu-se datar a falha de orientação geral N-S, com inclinação aproximada de 40E. Esta falha representa um excelente exemplo da fase distensiva contemporânea da abertura do Atlântico pois não foi reactivada na fase compressiva posterior, do choque da placa Africana com a Eurásia e que originou a cadeia da Arrábida.


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Figura 1 - Dobra sinsedimentar em calcários de idade Jméd.

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Figura 2 - Visão geral da falha normal que mostra a W dolomitos com intercalações margosas do Jinf. e, a E, calcários compactos.

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Figura 3 - Camadas do Jméd. a W. Os dois primeiros estratos apresentam dobras de arraste e rejeito, enquanto que o estrato superior se apresenta continuo de W para E., o que permite datar a falha como Jméd..

Andando para W, observa-se por cima do túnel, um cavalgamento em duplex, que sobrepõe os dolomitos do Jinf. a calcarenitos de idade M.. Este tipo de estrutura em duplex, permite que exista rotação dos blocos situados entre as falhas, visíveis nalguns afloramentos (neste não é observável).


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Figura 4 - Cavalgamento em duplex que sobrepõe Jinf. aos níveis calcareníticos de idade Miocénica.
 
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Figura 5 - Pormenor das falhas em duplex.