terça-feira, junho 18, 2013

Hoje tive a minha primeira reunião de avaliação de final de ano....

.... mas ao contrário de anos anteriores, esta não se realizou pois um dos professores do conselho de turma estava em greve. No entanto é de notar que, apesar de estar em greve, o professor em questão encontrava-se na escola a trabalhar. Exactamente! Apesar de estar em greve, e portanto ter o respectivo corte no salário, o professor em questão continuou a cumprir as tarefas que lhe estão delegadas. Porquê? Porque como para a maioria de nós, esse professor se recusa a baixar os braços e a aceitar esta vergonha que querem fazer à educação em Portugal mas, no entanto, não perde o seu brio profissional.

Ele, tal como a maioria de nós, não reclama porque teve cortes no seu salário, mas sim, porque sabe que às quarenta horas de horário semanal, se vão juntar outras tantas de trabalho de casa, de serões, de fins de semana e de férias roubados à sua família. Ele, tal como tantos de nós, sabe que as horas da direcção de turma que agora saem da componente lectiva, implicarão mais uma turma de trinta alunos no seu horário semanal com o respectivo trabalho de casa acrescido. Ele, tal como tantos de nós, sabe que não é possível continuar a primar pelo rigor e exigência aos seus alunos, mantendo a qualidade do ensino por que sempre primou, quando lhe retiram o número de horas semanais mas mantêm os mesmos programas nas disciplinas. Ele, tal como tantos de nós, sabe que quando lhe retiram tempo de preparação, de pesquisa, e de correcção dos materiais dos seus alunos e aumentam o número de turmas, tornam o ensino de tal maneira impessoal que o impedem de conseguir chegar a todos os alunos. Ele, tal como tantos de nós, sabe que se cruzar os braços e não fizer nada, quem perde são os alunos e, por isso, recusa-se a fazê-lo.

E já agora, por favor, não venham para aqui com falsos moralismos, paternalismos e justificações de que nós, os professores, estamos a comprometer o futuro dos vossos filhos, pois é exactamente por causa dos vossos e dos nossos filhos que nós nos recusamos a baixar os braços e a deixar andar. Não nos dêem mais música que já não nos convencem.

_MG_1563

sábado, junho 15, 2013

Na minha escola....

....os professores que têm anos de exame, apesar de estarem em greve na segunda-feira, marcaram aulas suplementares para tirar dúvidas aos seus alunos.

Na minha escola, os professores que têm anos de exame, apesar de terem direito ao fim-de-semana, como todos os restantes portugueses, estão em stand by a tirar dúvidas aos alunos via mail.

Na minha escola, apesar dos alunos provavelmente não conseguirem fazer o seu exame de português na segunda-feira, vão continuar a ser a única prioridade dos professores.

ESP

sábado, junho 08, 2013

É que é mesmo um privilégio....

tumblr_lyhw6tXXkR1qahug3o1_500

Como membro da classe privilegiada a que pertenço inicio agora o meu fim de semana de três dias. Como ainda estou bastante descansada porque tenho um horário privilegiado de apenas 35 horas semanais, resolvi fazer um plano extraordinário para gozar estes dias calmamente, no conforto do meu lar.

Planos:
Corrigir duas turmas de relatórios práticos: 54 alunos;
Corrigir quatro turmas de posters: 108 alunos;
Corrigir seis turmas de testes: 157 alunos;
Corrigir quatro turmas de fichas de trabalho: 108 alunos.
Preparar aulas práticas para terça-feira: Aula de noventa minutos e aula de turnos- 45 minutos.

Número de horas previstas:
Sexta-feira: 23,00h às 03,00h
Sábado: 10,00h às 13,00h - 14,00h às 17,00h - 23,00h às 02,00h
Domingo: 14,00h às 19,00h e 23,00h às 02,00h
Segunda: A decidir em função do que falta.

Adoro quando me dizem que não faço a ponta dum corno, que tenho mais férias do que os restantes trabalhadores, e sobretudo que sou uma privilegiada por ter tão poucas horas de trabalho.