Hoje foi o último dia da minha princesa no Cepi, a creche / jardim de infância onde andaram os três queijinhos. Optei por não a inscrever para o próximo ano e arriscar ficar com ela, tal como tenho feito nestes três últimos anos, nos períodos da manhã.
Foi uma decisão longa, pensada e muito difícil de tomar. A C. ainda tem quatro anos, só faz os cinco em Setembro e, portanto, ainda tem mais um ano antes de entrar para o primeiro ciclo. A questão que se colocou foi simples: deixei de achar que era o melhor para a minha filha!
O Cepi é (era) uma das muitas creches por esse país fora que pertenciam ao Ministério da Educação e, onde um dos critérios de entrada era um dos pais trabalhar para o ministério. No geral, tanto quanto sei, eram todas excelentes escolas, com educadoras e auxiliares empenhadas e que tudo faziam para um crescimento saudável e integral das crianças que tinham à sua guarda. Todas as salas tinham duas educadoras e uma ou duas auxiliares de acção educativa, existindo ainda uma equipa de cozinha e mais algumas auxiliares para outros serviços de apoio.
Os meus rapazes foram brindados pela sorte quando lá entraram. Calharam numa sala com a MELHOR educadora do mundo, a Fatinha, que os acompanhou desde bébés até que, já com seis anos, passaram para o primeiro ciclo. Com ela aprenderam um mundo de coisas que ainda guardo na memória: as texturas, os desenhos, as letras, a partilha, os espaços, os amigos, as cores, o respeito, e, muito importante, o amor.
A Fatinha amava, ama aquilo que faz. A Fatinha conseguiu que um grupo de pais com valores, prioridades e educação diferentes se tornasse num grupo de amigos, tantas vezes inseparáveis, que planeavam e faziam actividades na escola e fora dela, nos tempos que lhes sobravam dos seus empregos. A Fatinha conseguiu que os nossos filhos fossem mais felizes e ajudou-nos a transformarmo-nos em melhores pais.
Depois de um exemplo destes uma pessoa fica mal habituada, cria expectativas que podem não ser reais e espera que a vida seja sempre assim: fácil, feliz! Não foi o que aconteceu. Quando a C. entrou para o Cepi, esteve quase um ano em que não pode ir à escola por causa dos seus ouvidos. O pediatra não passou a autorização para que ela estivesse com um grupo de bébés até que os seus tímpanos estivessem completamente sãos.
Quando finalmente pode frequentar a escola começaram as mudanças no sistema educativo. Houve o concurso de professores titulares e a Fatinha passou a titular, logo teve que regressar à escola onde era efectiva há quase duas décadas, deixando vago o lugar no Cepi que ocupava há já dezassete anos consecutivos, por destacamento. Houve o concurso de Quadros de Zona Pedagógica, com colocação para três anos, para "garantir a estabilidade dos alunos" e eu fui colocada no Barreiro, mais longe da minha casa e dos meus filhos e onde tive horário nocturno por três anos consecutivos.
Destes três anos, ao contrário dos seis anteriores, guardo na memória muitos momentos tristes. Lembro-me, por exemplo, da resposta de um dos meus colegas quando, no primeiro ano disse no grupo que eu não podia ficar com horário nocturno, por ter três filhos menores, um dos quais apenas com um ano e que ainda mamava e porque o pai também tinha horário nocturno. Paciência, vais ter que arranjar alguém para ficar com eles!
Lembro-me dos meus rapazes, no início do segundo ano, prontos para irem para a casa da avó porque a mãe ia para a escola e só os voltava a ver na próxima manhã, de mochila às costas e de lágrima no olho dizerem: oh mãe, pede lá ao teu director para no próximo ano teres um horário para poderes ficar connosco! Lembro-me do meu peito a explodir de saudades dos meus filhos e das suas vozes a pedirem para irem comigo ou para eu ficar e faltar ao emprego. Lembro-me de apagar as velas dos seus anos ao meio dia, a correr, porque não ia estar com eles no dia dos seus anos.
E da C. as memórias são idênticas. Lembro-me sobretudo dos primeiros tempos quando, assim que chegava, ela se agarrar a mim, pronta para mamar, chorando assim que a punha na cama dela. As noites passaram a ser a três, com ela sempre presente na nossa cama e, muitas vezes a cinco, quando os rapazes não conseguiam dormir e se vinham aconchegar entre nós.
Nós. Nós fomos perdendo os tempos juntos. O Z. mudou para o horário diurno, passou a sair de casa às seis da manhã, eu passei a entrar à uma. Falávamos a correr um com o outro, resolvíamos a correr os assuntos dos filhos, dos empregos, das compras. Passámos a ter uma vida a correr, sempre em contra-horário, sempre com a sensação que apenas faltava um bocadinho para tropeçar e cair.
Passámos a ser duas famílias monoparentais dentro do mesmo tecto, eu de manhã e o Z. à noite, sem tempo para conjugar ou falar de perspectivas de vida, sem tempo para decidir em conjunto, fazendo opções individuais, tantas vezes contrárias aquilo que o outro quereria.
Adaptámo-nos finalmente, tanto nós como os miúdos. Optámos por, sempre que possível, os ter connosco durante as manhãs, guardando o tempo , esse bocadinho tão pequenino de tempo, apenas para eles. Na escola, onde era esperado que a C. entrasse até às dez, abriu-se a excepção de poder chegar apenas à hora do almoço. A consequência imediata foi natural. A C. não fazia as actividades que os outros meninos faziam, a C. não aprendia as coisas que os outros meninos aprendiam, porque não estava presente.
Apesar de ter tido excelentes educadoras e auxiliares, sempre compreensivas com esta situação, não se estabeleceu a relação de partilha como foi com a Fatinha. Também não se conseguiu que a relação entre pais que partilham um espaço dos filhos em comum se tornasse numa relação de amizade. Eu não conhecia a maioria dos pais, mal sabia os nomes dos colegas da C., mal falava com as educadoras e auxiliares. Não assistia às reuniões de pais porque decorriam às 18,30h, quando os restantes pais estavam livres e quando eu já estava na escola ou a caminho da escola.
Apesar de todos estes contratempos, a vida fazia-se, andava, recomeçava devagarinho a encontrar o ponto de equilíbrio mas.... e há sempre um mas, os Cepis desapareceram. Estas escolas passaram a estar integradas nos Agrupamentos de escolas do Ministério da Educação com uma primeira consequência que pôs todos em estado de choque:
a sala dos bébés fecha, apenas se garante lugar aos meninos que já têm três anos e, quando estes completarem os seis, não se sabe se a escola continua a existir!;
paralelamente, como consequência do fecho da sala dos bébés, tiveram que sair duas educadoras. A responsável da escola E., passou então a ser uma das educadoras permanentes da sala, apesar de continuar a ter a seu cargo muitos dos processos burocráticos com que o Ministério prima em nos brindar.
A C. ficou numa sala com a E. e mais uma educadora. O acordo anteriormente estabelecido passou a ser um caso muito complicado de resolver. A C. tinha mesmo que entrar até às 9,30h! Era assim, era a regra e não havia volta a dar. Eu, como mãe, fiz aquilo que achei melhor, fui sempre dizendo que sim, sim senhora, eu levo a C. até às 9,30h e levava-a apenas à hora do almoço, quando achava que ela já tinha estado um bocadinho de tempo com a sua família.
Todos estes obstáculos e senãos conduziram a que me fosse afastando da escola e a escola se fosse afastando de mim. Várias foram as vezes em que não soube de actividades atempadamente por falta de diálogo quer da minha parte, quer da parte da escola. Várias foram as vezes em que houve mal- entendidos por recados dados pela escola não me terem chegado ou por recados meus não terem chegado aos responsáveis que deles deveriam tomar conhecimento. Várias foram as vezes em que falhei os tempos para responder a solicitações da escola e, por isso, mais afastada fiquei.
Da festa de final de ano, em que a C. era finalista, quase nada soube. Ao contrário do que aconteceu com os rapazes, a minha ajuda, como mãe de uma aluna finalista não foi solicitada por ninguém. Não soube qual o tema da festa, não soube qual a surpresa que iríamos fazer aos nossos filhos, nem aos seus educadores. Não fui solicitada, nem entrei em nenhum dos jogos que sempre acontecem neste dia.
Apenas soube o tema da festa no próprio dia e, fui informada da roupa que ela deveria levar no dia anterior, a altas horas da noite. O meu horário não me permitia ficar na festa depois das 16,30h e, por isso, quando lá cheguei, dirigi-me às educadoras dela para as informar de que não poderia ficar, a minha mãe ficaria em meu lugar. Pedi dois minutos de atenção para lhes dizer que a C. iria ter quinze dias de actividades desportivas, juntamente com os irmãos na minha escola. Tive direito a meio minuto, onde simultaneamente me perguntaram quem iria dançar com ela, e se eu não tinha estado nos ensaios. Nem sabia desses ensaios!
Rapidamente perguntei à minha sobrinha se dançava com ela e levei-a junto de uma das educadoras, simultaneamente mãe de finalista, para a informar de que ela seria o par da C. Soube então que havia dois tipos de finalistas: aqueles que iam para o primeiro ciclo e que iam dançar e aqueles que saiam antes dos seis anos e que, por isso, não faziam parte destas actividades. Fiquei estupefacta, sem palavras!
A C. não deve e não pode ser apanhada neste emaranhado de confusões, de obrigações, de mal- entendidos. A C. precisa de estabilidade, de saber com o que pode contar. A C. precisa de calma para crescer e para aprender e, por isso, a C. vai ficar comigo e com a minha mãe, assumindo nós a responsabilidade de a ver crescer e aprender num ambiente são e calmo. Espero estar a tomar a decisão correcta.
E apesar de todos os contratempos, a C. divertiu-se imenso na festa de finalistas e vinha orgulhosa da sua participação, juntamente com todos os outros meninos da valência do jardim de infância.
Foi uma decisão longa, pensada e muito difícil de tomar. A C. ainda tem quatro anos, só faz os cinco em Setembro e, portanto, ainda tem mais um ano antes de entrar para o primeiro ciclo. A questão que se colocou foi simples: deixei de achar que era o melhor para a minha filha!
O Cepi é (era) uma das muitas creches por esse país fora que pertenciam ao Ministério da Educação e, onde um dos critérios de entrada era um dos pais trabalhar para o ministério. No geral, tanto quanto sei, eram todas excelentes escolas, com educadoras e auxiliares empenhadas e que tudo faziam para um crescimento saudável e integral das crianças que tinham à sua guarda. Todas as salas tinham duas educadoras e uma ou duas auxiliares de acção educativa, existindo ainda uma equipa de cozinha e mais algumas auxiliares para outros serviços de apoio.
Os meus rapazes foram brindados pela sorte quando lá entraram. Calharam numa sala com a MELHOR educadora do mundo, a Fatinha, que os acompanhou desde bébés até que, já com seis anos, passaram para o primeiro ciclo. Com ela aprenderam um mundo de coisas que ainda guardo na memória: as texturas, os desenhos, as letras, a partilha, os espaços, os amigos, as cores, o respeito, e, muito importante, o amor.
A Fatinha amava, ama aquilo que faz. A Fatinha conseguiu que um grupo de pais com valores, prioridades e educação diferentes se tornasse num grupo de amigos, tantas vezes inseparáveis, que planeavam e faziam actividades na escola e fora dela, nos tempos que lhes sobravam dos seus empregos. A Fatinha conseguiu que os nossos filhos fossem mais felizes e ajudou-nos a transformarmo-nos em melhores pais.
Depois de um exemplo destes uma pessoa fica mal habituada, cria expectativas que podem não ser reais e espera que a vida seja sempre assim: fácil, feliz! Não foi o que aconteceu. Quando a C. entrou para o Cepi, esteve quase um ano em que não pode ir à escola por causa dos seus ouvidos. O pediatra não passou a autorização para que ela estivesse com um grupo de bébés até que os seus tímpanos estivessem completamente sãos.
Quando finalmente pode frequentar a escola começaram as mudanças no sistema educativo. Houve o concurso de professores titulares e a Fatinha passou a titular, logo teve que regressar à escola onde era efectiva há quase duas décadas, deixando vago o lugar no Cepi que ocupava há já dezassete anos consecutivos, por destacamento. Houve o concurso de Quadros de Zona Pedagógica, com colocação para três anos, para "garantir a estabilidade dos alunos" e eu fui colocada no Barreiro, mais longe da minha casa e dos meus filhos e onde tive horário nocturno por três anos consecutivos.
Destes três anos, ao contrário dos seis anteriores, guardo na memória muitos momentos tristes. Lembro-me, por exemplo, da resposta de um dos meus colegas quando, no primeiro ano disse no grupo que eu não podia ficar com horário nocturno, por ter três filhos menores, um dos quais apenas com um ano e que ainda mamava e porque o pai também tinha horário nocturno. Paciência, vais ter que arranjar alguém para ficar com eles!
Lembro-me dos meus rapazes, no início do segundo ano, prontos para irem para a casa da avó porque a mãe ia para a escola e só os voltava a ver na próxima manhã, de mochila às costas e de lágrima no olho dizerem: oh mãe, pede lá ao teu director para no próximo ano teres um horário para poderes ficar connosco! Lembro-me do meu peito a explodir de saudades dos meus filhos e das suas vozes a pedirem para irem comigo ou para eu ficar e faltar ao emprego. Lembro-me de apagar as velas dos seus anos ao meio dia, a correr, porque não ia estar com eles no dia dos seus anos.
E da C. as memórias são idênticas. Lembro-me sobretudo dos primeiros tempos quando, assim que chegava, ela se agarrar a mim, pronta para mamar, chorando assim que a punha na cama dela. As noites passaram a ser a três, com ela sempre presente na nossa cama e, muitas vezes a cinco, quando os rapazes não conseguiam dormir e se vinham aconchegar entre nós.
Nós. Nós fomos perdendo os tempos juntos. O Z. mudou para o horário diurno, passou a sair de casa às seis da manhã, eu passei a entrar à uma. Falávamos a correr um com o outro, resolvíamos a correr os assuntos dos filhos, dos empregos, das compras. Passámos a ter uma vida a correr, sempre em contra-horário, sempre com a sensação que apenas faltava um bocadinho para tropeçar e cair.
Passámos a ser duas famílias monoparentais dentro do mesmo tecto, eu de manhã e o Z. à noite, sem tempo para conjugar ou falar de perspectivas de vida, sem tempo para decidir em conjunto, fazendo opções individuais, tantas vezes contrárias aquilo que o outro quereria.
Adaptámo-nos finalmente, tanto nós como os miúdos. Optámos por, sempre que possível, os ter connosco durante as manhãs, guardando o tempo , esse bocadinho tão pequenino de tempo, apenas para eles. Na escola, onde era esperado que a C. entrasse até às dez, abriu-se a excepção de poder chegar apenas à hora do almoço. A consequência imediata foi natural. A C. não fazia as actividades que os outros meninos faziam, a C. não aprendia as coisas que os outros meninos aprendiam, porque não estava presente.
Apesar de ter tido excelentes educadoras e auxiliares, sempre compreensivas com esta situação, não se estabeleceu a relação de partilha como foi com a Fatinha. Também não se conseguiu que a relação entre pais que partilham um espaço dos filhos em comum se tornasse numa relação de amizade. Eu não conhecia a maioria dos pais, mal sabia os nomes dos colegas da C., mal falava com as educadoras e auxiliares. Não assistia às reuniões de pais porque decorriam às 18,30h, quando os restantes pais estavam livres e quando eu já estava na escola ou a caminho da escola.
Apesar de todos estes contratempos, a vida fazia-se, andava, recomeçava devagarinho a encontrar o ponto de equilíbrio mas.... e há sempre um mas, os Cepis desapareceram. Estas escolas passaram a estar integradas nos Agrupamentos de escolas do Ministério da Educação com uma primeira consequência que pôs todos em estado de choque:
a sala dos bébés fecha, apenas se garante lugar aos meninos que já têm três anos e, quando estes completarem os seis, não se sabe se a escola continua a existir!;
paralelamente, como consequência do fecho da sala dos bébés, tiveram que sair duas educadoras. A responsável da escola E., passou então a ser uma das educadoras permanentes da sala, apesar de continuar a ter a seu cargo muitos dos processos burocráticos com que o Ministério prima em nos brindar.
A C. ficou numa sala com a E. e mais uma educadora. O acordo anteriormente estabelecido passou a ser um caso muito complicado de resolver. A C. tinha mesmo que entrar até às 9,30h! Era assim, era a regra e não havia volta a dar. Eu, como mãe, fiz aquilo que achei melhor, fui sempre dizendo que sim, sim senhora, eu levo a C. até às 9,30h e levava-a apenas à hora do almoço, quando achava que ela já tinha estado um bocadinho de tempo com a sua família.
Todos estes obstáculos e senãos conduziram a que me fosse afastando da escola e a escola se fosse afastando de mim. Várias foram as vezes em que não soube de actividades atempadamente por falta de diálogo quer da minha parte, quer da parte da escola. Várias foram as vezes em que houve mal- entendidos por recados dados pela escola não me terem chegado ou por recados meus não terem chegado aos responsáveis que deles deveriam tomar conhecimento. Várias foram as vezes em que falhei os tempos para responder a solicitações da escola e, por isso, mais afastada fiquei.
Da festa de final de ano, em que a C. era finalista, quase nada soube. Ao contrário do que aconteceu com os rapazes, a minha ajuda, como mãe de uma aluna finalista não foi solicitada por ninguém. Não soube qual o tema da festa, não soube qual a surpresa que iríamos fazer aos nossos filhos, nem aos seus educadores. Não fui solicitada, nem entrei em nenhum dos jogos que sempre acontecem neste dia.
Apenas soube o tema da festa no próprio dia e, fui informada da roupa que ela deveria levar no dia anterior, a altas horas da noite. O meu horário não me permitia ficar na festa depois das 16,30h e, por isso, quando lá cheguei, dirigi-me às educadoras dela para as informar de que não poderia ficar, a minha mãe ficaria em meu lugar. Pedi dois minutos de atenção para lhes dizer que a C. iria ter quinze dias de actividades desportivas, juntamente com os irmãos na minha escola. Tive direito a meio minuto, onde simultaneamente me perguntaram quem iria dançar com ela, e se eu não tinha estado nos ensaios. Nem sabia desses ensaios!
Rapidamente perguntei à minha sobrinha se dançava com ela e levei-a junto de uma das educadoras, simultaneamente mãe de finalista, para a informar de que ela seria o par da C. Soube então que havia dois tipos de finalistas: aqueles que iam para o primeiro ciclo e que iam dançar e aqueles que saiam antes dos seis anos e que, por isso, não faziam parte destas actividades. Fiquei estupefacta, sem palavras!
A C. não deve e não pode ser apanhada neste emaranhado de confusões, de obrigações, de mal- entendidos. A C. precisa de estabilidade, de saber com o que pode contar. A C. precisa de calma para crescer e para aprender e, por isso, a C. vai ficar comigo e com a minha mãe, assumindo nós a responsabilidade de a ver crescer e aprender num ambiente são e calmo. Espero estar a tomar a decisão correcta.
E apesar de todos os contratempos, a C. divertiu-se imenso na festa de finalistas e vinha orgulhosa da sua participação, juntamente com todos os outros meninos da valência do jardim de infância.
2 comentários:
tomaste a decisão certa
eu acho
houve um ano que passei em casa a estudar, para não ficar desterrado a 150 Km de distância da família, internado; eu tinha 10 anos; foi um bom ano (aquilo correspondeu ao 1º ano do ciclo antigo, hoje deve ser o 5º ano, não sei, faz as contas :-)
vai tudo correr bem, melhor que antes
Amiga, já me fizeste chorar com este post.
Pior que os acontecimentos menos bons é mesmo o que nós sentimos com as nossas ausências e com o que imaginamos que os nossos filhos sentem com elas.
O estado está contra as famílias e a tudo fazer para acabar com elas.
Eu própria, no ano passado, entre acompanhar SEMPRE os meus filhos ou aumentar o tempo de serviço acabei por não pedir complemento de horário em escola nenhuma e fiquei com umas míseras 12 horas na primeira onde calhei. Não me arrependo NADA! A M. entrava para o 1º ano e o M. passava para o 3º (o "pior" do 1º ciclo), eu estive por perto sempre que eles precisavam de mim e dou graças por ter a família junta. São coisas a que, hoje em dia, poucas pessoas dão valor.
Tomaste a decisão certa, sim!
E mando um abraço grande para ti e para o zézinho por terem conseguido manter-se juntos no meio das adversidades do dia-a-dia.
Força, Amiga!
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