A questão que se pôs foi de difícil resolução. As famosas actividades extra-curriculares, apregoadas pelo nosso primeiro ministro, como sendo já uma realidade em todo o país, não o são, de facto. Aos meus filhos e a muitos outros de outras escolas e outras cidades, apenas começou a haver a opção de frequentar estas actividades no 4º ano, último ano do 1º ciclo (1/4 do que o Sócrates apregoou!)
Mas, a opção de frequentar estas actividades não é, de modo nenhum, simples. À Câmara Municipal, exige-se, por lei, que contrate os professores necessários e arranje os espaços físicos, quando não os há, para que as turmas do 1º ciclo tenham acesso gratuito a estas disciplinas. De igual modo se lhes pede que se responsabilizem pelo transporte (ida e volta) dos meninos, quando há impossibilidade de leccionar estas actividades na escola que frequentam.
Aqui, e penso que este não será caso único, as actividades ocupam quatro dias da semana, começando às 11,00h e terminando às 12,30h, num local para onde estas crianças ainda não podem ir sózinhas. O transporte não existe, pelo que, apenas pais com horários horríveis como o meu têm possibilidade de levar e trazer as crianças. Da turma dos meus filhos, dos 24 meninos, apenas sete (1/3 do total) podem frequentar esta actividade, porque o que a lei diz não é cumprido e o transporte dos meninos não é garantido.
Mais, e aqui é que eu acho que é ridículo. Há três disciplinas, leccionadas por três diferentes professores mas, quando se pedem as actividades extra-curriculares, tem que se aderir ao pacote todo. Seria uma complicação a Câmara passar três cheques com valores diferentes a três pessoas distintas, sei lá a quantidade de impressos e requerimentos que isso implicaria.
Assim, eu que apenas pedi duas das actividades, tenho que andar para trás e para a frente, com requerimentos e pedidos e justificações de faltas de uma coisa que não pedi, que é opcional e que me estão a impingir como obrigatória.
Haja paciência!