Isto é a minha casa velha! Inundada, cheia de porcaria e bichos que crescem em água estagnada:
Era o meu quarto
Corredor
Sala
Cozinha
Chão da casa de banho
Respiradouro do ar, junto ao tecto
Esta inundação, que começou há quase dois anos, isso mesmo, DOIS ANOS, tem-me dado cabo da cabeça. Primeiro, porque não percebo como a água pode sair de um respiradouro de ar, segundo, porque faça eu o que fizer, parece que nada se resolve neste mundo burocrático (catorze!).
Depois de falar com a administração do prédio, que não quis saber do assunto, apenas nos diziam para abrir as janelas para a água secar, fui pedir uma vistoria à Câmara Municipal. Demorou, mas foi feita a vistoria e determinado o problema. Algures, num dos outros andares mais acima, tinha-se rompido um cano ou, pasme-se, alguém ao fazer obras na sua casa, teria ligado o cano da água ao respiradouro do ar. Aqui começou o filme....
A câmara só tinha autorização para entrar na minha casa portanto, se queríamos determinar de onde vinha toda aquela água, cada um dos inquilinos, acima de mim, teria, por sua vez, que pedir uma vistoria. Fui novamente falar com a administração para pedir uma reunião com os meus vizinhos de cima, para que eles pedissem a famosa vistoria. Ainda hoje estou à espera.... (catorze!)
O filme continuou, comigo a ir a tudo o que é serviços e a ser mandada para outros, até que decidi, novamente, ir falar com a administração para que marcassem a reunião necessária. Expliquei-lhes que fazia parte das obrigações da administração determinar de onde vinha o problema. Expliquei-lhes novamente, todos os passos que já tinha dado e, quais eram os próximos. O administrador que ando armado em catorze decidiu então, que ele ia à câmara saber o que tinha que ser feito, e ele ia resolver o assunto. Fiquei furiosa, claro. Tudo isso já eu tinha feito há mais de seis meses. Mas como a casa de estragada não passava, decidi que se era isso que eles queriam, era isso que eles iam ter e lavei as minhas mãos. Fiquei à espera da resposta.
Passaram-se oito meses, isso mesmo, oito meses, duzentos e quarenta e cinco dias ate que recebi um telefonema da outra administradora e transcrevo textualmente o que ela me disse: Gabriela, trata lá tu disto, que o Vitor não faz nada... E eu tratei. Voltei novamente aos serviços todos, câmara municipal, delegação de saúde... para ser mandada para trás e para a frente. Não era responsabilidade de ninguém, ninguém tinha a obrigação de tratar de um assunto destes... Só respostas destas (catorze!)
Estava já a desesperar quando falei com um amigo meu que me disse que existiam uns desentupidores de canos que tinham umas câmaras de vídeo que se enfiavam pelos canos para ver onde estavam entupidos. E isso daria concerteza para ver de onde vinha a água sem ter que entrar nas casas das pessoas. Fui falar, novamente com a administração. Decidimos que chamaríamos o senhor e, eu fiquei de lhe telefonar. Quando marquei, telefonei imediatamente aos administradores para que estivessem presentes nesse dia e, aproveitei para os relembrar que a administração pagaria esta obra. Imediatamente disseram que donde fosse o problema, essa pessoa pagaria. Disse-lhes que não era isso que dizia a lei do condomínio mas, de qualquer maneira, chamei o senhor em causa. Pensei, se eles não pagarem, nem que eu peça o dinheiro emprestado, pago ao homem, mas depois a porca torce o rabo de outro modo.
O senhor veio dois dias depois para avaliar o problema. Viu, disse exactamente o mesmo que tinha dito o responsável pela vistoria, e um canalisador que eu já tinha chamado para arranjar o dito cano, assim que se soubesse qual era. Depois, enquanto estavamos a marcar o dia para ele trazer o equipamento, a administradora resolveu pôr os pontos nos iii e disse-lhe que ele iria ser pago pelo responsável pelo estrago. (catorze!)
Obviamente que o homem se cortou. Quem é que quer trabalhar sem saber se vai receber pelo seu trabalho? Esta pequenina gracinha custou-me mais dois meses de espera. Telefonava e o homem não atendia e, quando atendia, tinha sempre desculpas, primeiro a câmara estava estragada, depois tinha o fim de semana ocupado e, finalmente, deixou mesmo de atender. Falei com a administração, expus o problema, disse-lhes que não podiam ter feito o que fizeram e, parti para a guerra. Ao fim de dois anos, comecei finalmente a ser estúpida. Ameacei-os, disse-lhes que fazia a acontecia e que iriam ter que pagar além dos estragos, as despesas de tribunal e que, quando fossse altura de fazer as obras na minha casa, iria escolher os materiais mais nobres, só para os entalar.
Parece que a coisa resultou, eles conversaram entre eles, pediram-me para telefonar ao canalisador e para lhe dizer que eles pagariam a obra. Assim o fiz, mas o homem não se convenceu, continuava muito ocupado. E vem aí novo episódio...
Recebo um telefonema dos administradores a dizer para ir lá acima porque já saía tanta agua da minha casa que estava a inundar a entrada do prédio. Olha que chateada que eu fiquei, aproveitei para lhes dizer que o problema não era meu, eu nem contador tinha em casa, quanto mais água. Pediram-me que lá fosse porque aquilo estava quase a entrar na caixa do elevador. E eu respondi-lhes que tomara que entrasse e que os elevadores parassem, afinal de contas o administrador armado em catorze, mora no nono andar e, até é coxo. Podia ser que assim já se mexesse. Ele até trabalha na câmara e sabe, ou pode saber, outros serviços que possuam este tipo de aparelhos.
Mas depois, pensei na minha vizinha do R/C, velhota, boa gente e que tinha água podre a entrar-lhe pela casa e lá fui. Sou parva todos os dias. Mas afinal, ainda bem que fui porque consegui passar palavra a muitos dos inquilinos que isto não se resolvia porque o administrador armado em catorze não queria. No dia seguinte, ele telefonou ao canalisador e marcou para o sábado seguinte, tendo garantido o pagamento do serviço.
Fomos ao telhado enfiar a câmara tubo abaixo
Não resultou e viemos para a minha casa, enfiá-la tubo acima.
Não é possivel imaginar o que se via dentro do cano. Até uma estalactite já existia dentro do cano. E tal como o previsto, a água vinha logo do segundo andar (tinhamos previamente (quase três meses antes) pedido a todos os inquilinos para fecharem a água, e um a um, fomos pedindo que abrissem a água). A administradora esfregava as mãos de contente, pensando que afinal não iam entrar em despesas. Mas o canalisador ia dizendo: isto é condomínio, isto é a prumada central. Eu pedi-lhe que dissesse isso de modo a que a administradora o ouvisse. Porque ela, de facto, não estava a querer ouvir. Então fomos todos ao primeiro andar, cuja casa pertence à Caixa Geral de Depósitos, para ele explicar como se arranjaría o cano. Desenhou na parede da casa de banho, o local a partir e, em princípio, sem ter que entrar na cozinha do segundo andar, resolver-se-ia o problema. Agora já era só pedir autorização à Caixa para partir a parede da casa de banho. A administradora ficou de fazer isso e de me telefonar a seguir. Na segunda-feira passada, mandou-me uma mensagem a dizer que a Caixa só autorizava por escrito, e teriam que pedir a autorização por escrito. Aguardei a semana toda, pensando que, no máximo, hoje, segunda-feira, receberíam a resposta. Telefonei e recebi a seguinte resposta: Gabriela, ainda não enviámos a carta porque o Vitor quer ver com o advogado se somos nós que temos que pagar esta obra. Garanto que foi a gota de água, agora aguardem-me que nem sabem de que terra são.
CATORZE!!!!!
Era o meu quarto
Corredor
Sala
Cozinha
Chão da casa de banho
Respiradouro do ar, junto ao tecto
Esta inundação, que começou há quase dois anos, isso mesmo, DOIS ANOS, tem-me dado cabo da cabeça. Primeiro, porque não percebo como a água pode sair de um respiradouro de ar, segundo, porque faça eu o que fizer, parece que nada se resolve neste mundo burocrático (catorze!).
Depois de falar com a administração do prédio, que não quis saber do assunto, apenas nos diziam para abrir as janelas para a água secar, fui pedir uma vistoria à Câmara Municipal. Demorou, mas foi feita a vistoria e determinado o problema. Algures, num dos outros andares mais acima, tinha-se rompido um cano ou, pasme-se, alguém ao fazer obras na sua casa, teria ligado o cano da água ao respiradouro do ar. Aqui começou o filme....
A câmara só tinha autorização para entrar na minha casa portanto, se queríamos determinar de onde vinha toda aquela água, cada um dos inquilinos, acima de mim, teria, por sua vez, que pedir uma vistoria. Fui novamente falar com a administração para pedir uma reunião com os meus vizinhos de cima, para que eles pedissem a famosa vistoria. Ainda hoje estou à espera.... (catorze!)
O filme continuou, comigo a ir a tudo o que é serviços e a ser mandada para outros, até que decidi, novamente, ir falar com a administração para que marcassem a reunião necessária. Expliquei-lhes que fazia parte das obrigações da administração determinar de onde vinha o problema. Expliquei-lhes novamente, todos os passos que já tinha dado e, quais eram os próximos. O administrador que ando armado em catorze decidiu então, que ele ia à câmara saber o que tinha que ser feito, e ele ia resolver o assunto. Fiquei furiosa, claro. Tudo isso já eu tinha feito há mais de seis meses. Mas como a casa de estragada não passava, decidi que se era isso que eles queriam, era isso que eles iam ter e lavei as minhas mãos. Fiquei à espera da resposta.
Passaram-se oito meses, isso mesmo, oito meses, duzentos e quarenta e cinco dias ate que recebi um telefonema da outra administradora e transcrevo textualmente o que ela me disse: Gabriela, trata lá tu disto, que o Vitor não faz nada... E eu tratei. Voltei novamente aos serviços todos, câmara municipal, delegação de saúde... para ser mandada para trás e para a frente. Não era responsabilidade de ninguém, ninguém tinha a obrigação de tratar de um assunto destes... Só respostas destas (catorze!)
Estava já a desesperar quando falei com um amigo meu que me disse que existiam uns desentupidores de canos que tinham umas câmaras de vídeo que se enfiavam pelos canos para ver onde estavam entupidos. E isso daria concerteza para ver de onde vinha a água sem ter que entrar nas casas das pessoas. Fui falar, novamente com a administração. Decidimos que chamaríamos o senhor e, eu fiquei de lhe telefonar. Quando marquei, telefonei imediatamente aos administradores para que estivessem presentes nesse dia e, aproveitei para os relembrar que a administração pagaria esta obra. Imediatamente disseram que donde fosse o problema, essa pessoa pagaria. Disse-lhes que não era isso que dizia a lei do condomínio mas, de qualquer maneira, chamei o senhor em causa. Pensei, se eles não pagarem, nem que eu peça o dinheiro emprestado, pago ao homem, mas depois a porca torce o rabo de outro modo.
O senhor veio dois dias depois para avaliar o problema. Viu, disse exactamente o mesmo que tinha dito o responsável pela vistoria, e um canalisador que eu já tinha chamado para arranjar o dito cano, assim que se soubesse qual era. Depois, enquanto estavamos a marcar o dia para ele trazer o equipamento, a administradora resolveu pôr os pontos nos iii e disse-lhe que ele iria ser pago pelo responsável pelo estrago. (catorze!)
Obviamente que o homem se cortou. Quem é que quer trabalhar sem saber se vai receber pelo seu trabalho? Esta pequenina gracinha custou-me mais dois meses de espera. Telefonava e o homem não atendia e, quando atendia, tinha sempre desculpas, primeiro a câmara estava estragada, depois tinha o fim de semana ocupado e, finalmente, deixou mesmo de atender. Falei com a administração, expus o problema, disse-lhes que não podiam ter feito o que fizeram e, parti para a guerra. Ao fim de dois anos, comecei finalmente a ser estúpida. Ameacei-os, disse-lhes que fazia a acontecia e que iriam ter que pagar além dos estragos, as despesas de tribunal e que, quando fossse altura de fazer as obras na minha casa, iria escolher os materiais mais nobres, só para os entalar.
Parece que a coisa resultou, eles conversaram entre eles, pediram-me para telefonar ao canalisador e para lhe dizer que eles pagariam a obra. Assim o fiz, mas o homem não se convenceu, continuava muito ocupado. E vem aí novo episódio...
Recebo um telefonema dos administradores a dizer para ir lá acima porque já saía tanta agua da minha casa que estava a inundar a entrada do prédio. Olha que chateada que eu fiquei, aproveitei para lhes dizer que o problema não era meu, eu nem contador tinha em casa, quanto mais água. Pediram-me que lá fosse porque aquilo estava quase a entrar na caixa do elevador. E eu respondi-lhes que tomara que entrasse e que os elevadores parassem, afinal de contas o administrador armado em catorze, mora no nono andar e, até é coxo. Podia ser que assim já se mexesse. Ele até trabalha na câmara e sabe, ou pode saber, outros serviços que possuam este tipo de aparelhos.
Mas depois, pensei na minha vizinha do R/C, velhota, boa gente e que tinha água podre a entrar-lhe pela casa e lá fui. Sou parva todos os dias. Mas afinal, ainda bem que fui porque consegui passar palavra a muitos dos inquilinos que isto não se resolvia porque o administrador armado em catorze não queria. No dia seguinte, ele telefonou ao canalisador e marcou para o sábado seguinte, tendo garantido o pagamento do serviço.
Fomos ao telhado enfiar a câmara tubo abaixo
Não resultou e viemos para a minha casa, enfiá-la tubo acima.
Não é possivel imaginar o que se via dentro do cano. Até uma estalactite já existia dentro do cano. E tal como o previsto, a água vinha logo do segundo andar (tinhamos previamente (quase três meses antes) pedido a todos os inquilinos para fecharem a água, e um a um, fomos pedindo que abrissem a água). A administradora esfregava as mãos de contente, pensando que afinal não iam entrar em despesas. Mas o canalisador ia dizendo: isto é condomínio, isto é a prumada central. Eu pedi-lhe que dissesse isso de modo a que a administradora o ouvisse. Porque ela, de facto, não estava a querer ouvir. Então fomos todos ao primeiro andar, cuja casa pertence à Caixa Geral de Depósitos, para ele explicar como se arranjaría o cano. Desenhou na parede da casa de banho, o local a partir e, em princípio, sem ter que entrar na cozinha do segundo andar, resolver-se-ia o problema. Agora já era só pedir autorização à Caixa para partir a parede da casa de banho. A administradora ficou de fazer isso e de me telefonar a seguir. Na segunda-feira passada, mandou-me uma mensagem a dizer que a Caixa só autorizava por escrito, e teriam que pedir a autorização por escrito. Aguardei a semana toda, pensando que, no máximo, hoje, segunda-feira, receberíam a resposta. Telefonei e recebi a seguinte resposta: Gabriela, ainda não enviámos a carta porque o Vitor quer ver com o advogado se somos nós que temos que pagar esta obra. Garanto que foi a gota de água, agora aguardem-me que nem sabem de que terra são.
CATORZE!!!!!
2 comentários:
dasss :s
((((((((LOCA)))))))
Catorze anos enchem. Eu não sei como tens conseguido suportar isso e sustentar duas casas.
Se precisares de um incentivo para arrastar o 'Sr.' Vitor Catorze aos correios dá-me um tok. Eu tenho um taco de basebol e tu sabes em que escola eu estou.
;)
Enviar um comentário