Agora que já existe uma distância considerável da Volta à França 2013 é tempo de fazer o rescaldo e tecer algumas considerações que se têm vindo a cimentar gradualmente. Sobre a volta propriamente dita há apenas algumas coisas a dizer:
Gostei:
- do percurso com bastantes etapas de montanha, algumas quase impossíveis;
- de ver o Alberto Contador, apesar de não ter estado na sua melhor forma e não ter conseguido seguir taco a taco o Froome;
- de ver um super poderoso Froome, apesar de lhe ter ficado com um certo pó (porque estava mesmo mais forte que o Contador);
- do Porte, do Quintana e especialmente do Rui Costa;
- do segundo contra relógio individual que foi fenomenal até ao fim;
- da Saxo ter sido a melhor equipa.
Não gostei:
- do público que não respeitou os ciclistas;
- da saída prematura de alguns ciclistas por quedas;
- das alergias do Sérgio Paulinho que não lhe permitiram estar no seu melhor.
O mais importante, no entanto, não está neste resumo do que gostei ou não gostei desta Volta à França. O mais importante foi o que novamente se viu um pouco por todo o lado, espalhado pelos meios de comunicação social que lhe dão demasiada importância, e pela generalidade das pessoas que partilham opiniões sem sequer pensarem na gravidade do que fica implícito nas mensagens e imagens que deixam para todos verem. A título de exemplo, aqui fica esta notícia.
Confunde-me que se diga à boca cheia que o ciclismo não é um desporto porque todos os ciclistas se dopam. É uma generalização muito perigosa que faz com que a escolha de determinado desporto abra as portas para permitir fazer acusações aleatoriamente, o que faz com que em vez de se ver e falar das conquistas que cada ciclista ou a sua equipa conseguem, invariavelmente se deixe no ar que ele ou a equipa só o conseguiram porque fizeram batota, porque são drogados e, portanto, não são desportistas, são uma corja que por aqui anda a drogar-se publicamente e a ganhar muito dinheiro com isso.
Sou intolerante relativamente a pessoas que emitem este tipo de opiniões, que as generalizam e as promovem, partilhando-as sempre em tom de brincadeira mas deixando bem claro que o ciclismo não é mais do que isto: aldrabice e doping. Se se acusa infundadamente todo e qualquer ciclista, apesar de todos os controles que lhes são feitos diariamente e que comprovam exactamente o contrário dessas mesmas acusações, então o mesmo farão estas pessoas relativamente a outro qualquer assunto que não seja do seu agrado. E assim, em tom de brincadeira, conseguem-se manipular pessoas e orientar opiniões na direcção que lhes seja mais conveniente. E pergunto-me eu se esta facilidade com que se acusam pessoas ou actividades, partilhando até à exaustão opiniões, sem se parar um minuto para pensar naquilo que fica implícito, não foi o tipo de atitude que permitiu manipular milhares de pessoas, fazendo passar mensagens de ódio contra determinados grupos da sociedade que, no passado, conduziu ao seu quase completo extermínio?
Gostei:
- do percurso com bastantes etapas de montanha, algumas quase impossíveis;
- de ver o Alberto Contador, apesar de não ter estado na sua melhor forma e não ter conseguido seguir taco a taco o Froome;
- de ver um super poderoso Froome, apesar de lhe ter ficado com um certo pó (porque estava mesmo mais forte que o Contador);
- do Porte, do Quintana e especialmente do Rui Costa;
- do segundo contra relógio individual que foi fenomenal até ao fim;
- da Saxo ter sido a melhor equipa.
Não gostei:
- do público que não respeitou os ciclistas;
- da saída prematura de alguns ciclistas por quedas;
- das alergias do Sérgio Paulinho que não lhe permitiram estar no seu melhor.
O mais importante, no entanto, não está neste resumo do que gostei ou não gostei desta Volta à França. O mais importante foi o que novamente se viu um pouco por todo o lado, espalhado pelos meios de comunicação social que lhe dão demasiada importância, e pela generalidade das pessoas que partilham opiniões sem sequer pensarem na gravidade do que fica implícito nas mensagens e imagens que deixam para todos verem. A título de exemplo, aqui fica esta notícia.
Confunde-me que se diga à boca cheia que o ciclismo não é um desporto porque todos os ciclistas se dopam. É uma generalização muito perigosa que faz com que a escolha de determinado desporto abra as portas para permitir fazer acusações aleatoriamente, o que faz com que em vez de se ver e falar das conquistas que cada ciclista ou a sua equipa conseguem, invariavelmente se deixe no ar que ele ou a equipa só o conseguiram porque fizeram batota, porque são drogados e, portanto, não são desportistas, são uma corja que por aqui anda a drogar-se publicamente e a ganhar muito dinheiro com isso.
Sou intolerante relativamente a pessoas que emitem este tipo de opiniões, que as generalizam e as promovem, partilhando-as sempre em tom de brincadeira mas deixando bem claro que o ciclismo não é mais do que isto: aldrabice e doping. Se se acusa infundadamente todo e qualquer ciclista, apesar de todos os controles que lhes são feitos diariamente e que comprovam exactamente o contrário dessas mesmas acusações, então o mesmo farão estas pessoas relativamente a outro qualquer assunto que não seja do seu agrado. E assim, em tom de brincadeira, conseguem-se manipular pessoas e orientar opiniões na direcção que lhes seja mais conveniente. E pergunto-me eu se esta facilidade com que se acusam pessoas ou actividades, partilhando até à exaustão opiniões, sem se parar um minuto para pensar naquilo que fica implícito, não foi o tipo de atitude que permitiu manipular milhares de pessoas, fazendo passar mensagens de ódio contra determinados grupos da sociedade que, no passado, conduziu ao seu quase completo extermínio?
2 comentários:
Não acompanhei diariamente a Volta, mas sempre que tinha um tempinho ia lá espreitar. É sempre fantástico ver como aqueles atletas superam etapas tão duras, algumas que parecem quase impossíveis. Gostei imenso das imagens aéreas (que me deixam sempre uma certa inveja daquele país tão bonito...) e também me faz confusão o comportamento disparatado do público, por vezes a pôr em causa não só o desempenho, como a segurança dos ciclistas. E concordo 100% contigo relativamente às generalizações.
Espero que os inchaços, caroços e mau estar já estejam em vias de desaparecer. As férias costumam ser bom remédio para muitos tipos de maleitas, pode ser que dêm uma ajuda...
Já corre tudo melhor, apesar de continuar a não saber o que foi e porquê.
Bêjos.
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