"Na aldeia onde nasci, os rochedos têm nome. Há o Navio, a Cabeça do Urso, a Emboscada, o Muro, e também os Gémeos, conhecidos ainda pelos Seios do Vampiro. Há sobretudo a Pedra dos Soldados; era aí que outrora se postavam os vigias quando as tropas perseguiam os revoltosos; nenhum local é mais venerado, mais cheio de lendas. No entanto, quando me acontece rever em sonhos as paisagens da minha infância, é um outro rochedo que me aparece. Com o aspecto de um trono majestoso, cavado e como que puído no local do assento, com um espaldar alto e direito, que baixa de cada lado à laia de braços - é o único, creio eu, que tem nome de homem, o Rochedo de Tanios..."
Foi o último que li e, até agora, o melhor deste ano. Embora com pouco tempo para ler ultimamente, dava por mim a ler às três da manhã porque no outro dia não ia ter tempo. Achei uma maravilha. Andava há muito tempo curiosa com o Amin Maalouf, tenho cá em casa dois ou três dele que ainda não peguei, mas não vão ficar à espera na prateleira por muito mais tempo. A história está muito bem contada, do princípio ao fim. Fiquei a partir de metade tão curiosa com o que é que vem a seguir, que não consegui parar de ler e... fiquei contente com este final, não me tinha passado pela cabeça que aquele suspense que nos vai deixando intrigados ao longo do livro, fosse terminar desta maneira.
Houve uma coisa, no entanto, que me deixou triste e, me fez gostar menos deste livro. Na página 191, segundo parágrafo diz assim: "Não seria melhor pensarem em ir esconder-se em qualquer outro lugar? Mas Fahim descançou-o..."
DESCANÇOU-O, que é feito da revisão final??? Já não se fazem revisões aos livros?? Detesto erros de português! Embirro com os meus alunos por causa dos acentos, quanto mais por uma palavra mal escrita... Dizem as más línguas que eu sou purista da língua portuguesa, não sou, nem nada que se pareça, mas há coisas que nos tiram do sério!!
1 comentário:
Não é única, infelizmente, essa do "descançou-o". As revisões andam como o país... desgovernadas... Muito do que temos (quase tudo... talvez...) será reflexo apenas do país que temos ou da falta de muita coisa que deveria estar implícita na ideia de País. Mas que digo eu, que sei eu, a politicar antes das 7 da matina... "Volta para a cama, tonta, e vai dizer tontices aos sonhos."
Beijos.
E.
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